- Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho – Portugal
- Dia Internacional da Segurança e Saúde no Trabalho – OIT (Organização Internacional do Trabalho)
- Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores Vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais – CSI-ETUC
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho
sábado, 23 de abril de 2011
O enfraquecimento do ouvido e as suas causas
- Idade
As estatísticas indicam que em Portugal, mais de 30% da população com idade superior a 65 anos sofre de problemas auditivos mais ou menos graves, como consequência do avançar dos anos. A diminuição da capacidade de audição é a perturbação mais comum na terceira idade.
- Ruído
O ruído é a primeira causa de invalidez profissional (50-60% dos pensionistas). No entanto, um estudo levado a cabo em Lisboa demonstrou que existe já uma significativa diminuição da audição em menores de 18 anos. Um professor de Audiologia refere “Devíamos rever a teoria de que a diminuição da audição é própria de uma cidade industrializada. Já não é só a idade que conta, mas o tempo que lá se permaneceu exposto a barulho excessivo.” De facto a lei considera 65 Decibéis como o “máximo suportável sem danos para o ouvido” mas este limite é quebrado continuamente.
A ensurdecedora coluna sonora dos nossos dias não é só fastidiosa, tornando-se prejudicial. Para além disso, não é só o ouvido a sofrer sérias repercussões consequentes do excesso de ruído, mas todo o organismo.
- Hereditariedade
Cerca de um terço dos deficientes auditivos nascem com a perturbação, devendo-se a mesma a factores hereditários, nomeadamente, um gene recentemente descoberto, a connexina 26. Com isto, compreende-se que se na família houver algum caso de surdez, existe a possibilidade de transmissão aos filhos.
- Infecção
- Otosclerose
Trata-se de uma doença que provoca a perda de mobilidade dos ossos do ouvido médio, o que, consequentemente, leva a que as vibrações transmitidas pelo ouvido interno não se (re)produzam adequadamente, como num ouvido saudável, e, por conseguinte, diminui a capacidade de percepção auditiva.
- Medicamentos, tabaco e alcóol
Está provado que alguns medicamentos podem exercer uma acção negativa nos diversos órgãos do sistema auditivo, designando-se por ototóxicos, o que significa que são tóxicos para o ouvido. Também o álcool e o tabaco podem exercer este tipo de efeitos nocivos.
Informação acedida e adaptada a partir de: “O guia Amplifon para a audição”, Lisboa: AMPLIFON
Imagem acedida em: http://www.tudosobreplantas.net/wp-content/uploads/2009/02/mezinhas-para-dores-ouvido.jpg
sábado, 16 de abril de 2011
A saúde vocal dos professores
domingo, 10 de abril de 2011
Lars Ulrich (Metallica) talks about hearing loss
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Músicos de Rock: profissionais em risco
Todos os sons têm potencial de serem descritos como ruído, pois a classificação de ruído trata-se de algo subjectivo, sendo a sua distinção referente ao facto de ser ou não desejável. Todavia, a denominação ruído é utilizada para descrever um sinal acústico aperiódico, originado da superposição de vários movimentos de vibração, com diferentes frequências, as quais não apresentam relação entre si.
A música é considerada como um som agradável. Sons prazerosos (como a música) são menos perigosos do que os sons não desejados (como o ruído industrial), mas não deixam de ser um factor de risco para perdas auditivas.
O estudo de Pfeiffer, Rocha, Oliveira & Frota (2007) tem como objectivo verificar a mudança temporária do limiar de audição em músicos durante um concerto de rock. Foram avaliados seis músicos, componentes de uma banda de rock, do sexo masculino, com idades variando entre 20 e 30 anos. Constatou-se que a exposição a elevados níveis de pressão sonora leva à ocorrência de certos efeitos físicos, como a insónia após o trabalho, a perda auditiva temporária e aparecimento do zumbido, apontados pelos músicos da amostra do estudo após o concerto.
Em 2004, foi estudada a diminuição da audição em DJ’s, por meio da audiometria tonal e da aplicação de um questionário. A pesquisa foi realizada com o objectivo de constatar a mudança temporária de limiar desses profissionais após uma noite de trabalho. Comprovou-se que estes profissionais devem ser inseridos no grupo de trabalhadores com risco de perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados.
Nesta pesquisa, foi possível encontrar uma diferença estatisticamente significante dos níveis mínimos de audição antes e após o concerto. Tais diferenças revelam que a configuração das perdas auditivas induzidas por música aparenta uma alteração primária nos limiares entre 3000 Hz e 6000 Hz. Assim, compreende-se que os músicos podem apresentar mudanças temporárias de limiar auditivos, isto é, a alteração do reflexo acústico e redução na capacidade das células auditivas captarem e decifrarem a energia sonora que as atinge. Esta situação, a longo prazo poderá tornar-se numa perda auditiva induzida por ruído (PAIR), podendo verificar-se lesões que afectem algumas ou mesmo todas as estruturas do aparelho auditivo.
Por estas razões, os músicos devem ser considerados profissionais de risco para perda auditiva ocupacional. Sendo a perda auditiva ocupacional irreversível, mas passível de prevenção, torna-se necessária a divulgação desta informação entre estes profissionais.
Embora este estudo tenha sido feito com um número restrito de músicos, focando apenas um determinado tipo de música, considera-se que foi um passo na compreensão desta temática. Apesar disso, é necessário realizar mais pesquisas com uma amostra maior e envolvendo outras modalidades musicais.
Texto reduzido e adaptado a partir de:
Pfeiffer, M.; Rocha, R.; Oliveira, S.; Frota, S. (2007) Intercorrência audiológica em músicas após um show de rock. Revista CEFAC vol.9 no.3 São Paulo
Imagem acedida em:
http://assets.bizjournals.com/denver/blog/broadway_17th/2010/11/GuitarRockConcertWeb*275.jpg?v=1
domingo, 3 de abril de 2011
Dependência do ruído!
Buzinas de carros, prédios em construção, aviões a rasgar os céus, pessoas a falarem alto, máquinas em funcionamento. Este costuma ser o retrato sonoro de grandes centros urbanos onde vigora o excesso de barulho.
Porque será, então, tão comum ver os moradores desses centros urbanos fugirem ao silêncio? Seja no som do carro, no bar/discoteca ou no leitor de MP3, muita gente procura precisamente estar rodeada de som. A explicação para o paradoxo passa por estímulos químicos. Segundo alguns especialistas, da mesma forma que o exercício e o chocolate, o som liberta no organismo substâncias que geram prazer. O que pode mesmo levar a que algumas pessoas se tornem dependentes de barulho.
Um ruído de 55 decibéis (nível de uma conversa normal) já dá início a um aumento na produção de noradrenalina, afirma Fernando Pimentel-Souza, doutor em psicofarmacologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Por volta de 80 decibéis (equivalente ao ruído de tráfego intenso), tem início a libertação de endorfina. O problema instala-se quando a exposição constante a esses estímulos leva a um quadro crónico.
"A endorfina é analgésica, suprime a dor, suprime a punição que a pessoa sofre, e isso é condicionante de comportamento. Quanto à noradrenalina, ela é prazerosa, o que leva a pessoa a repetir esse tipo de comportamento. Esses mediadores químicos provocam activação cerebral e combatem a depressão nervosa. Quando a pessoa vive num ambiente barulhento, ela está a ser estimulada artificialmente de forma constante e, ao se privar desse barulho, tem a sensação de depressão. Ela fica dependente do barulho que, de certa forma, age farmacologicamente no organismo", explica.
Os neurotransmissores, incluindo a endorfina, são necessários para a passagem do som pelas células nervosas, afirma Luiz Carlos Alves de Sousa, presidente da Sociedade Brasileira de Otologia. "O prazer é químico. O som dispara um gatilho de sensações boas, e a pessoa fica dependente disso."
O estudante André Mirabeli Sanches, 23, ouvia música no volume máximo, e só assim o som lhe causava prazer. "O cérebro parecia ficar anestesiado." A diversão levou-o a instalar no carro um sistema de som "subwoofer". "Sabe aqueles carros que passam fazendo um bum-bum-bum bem grave? É isso", descreve. O ouvido direito de André não aguentou e aos 20 anos, ele descobriu que tinha perdido parte da audição. O problema veio acompanhado de outro sintoma: a hipersensibilidade auditiva. "É como se os sons chegassem amplificados", diz.
Segundo a fonoaudióloga Eliane Schochat, presidente da Academia Brasileira de Audiologia e professora da USP (Universidade de São Paulo), a hiperacusia acomete a maioria das pessoas com perda auditiva de origem coclear (cóclea é a parte anterior do labirinto).
Devido à hipersensibilidade, André pegou o hábito de tapar os ouvidos com as mãos ao andar nas ruas, além de usar protetores de borracha. O problema afectou o contacto com os seus amigos, pois a diversão está geralmente associada a barulho. "Após o trauma, a vida social ficou difícil. Meus amigos chamavam para a balada, e eu inventava desculpas para não ir.". Se ele sabia que o som alto poderia levar à perda auditiva? Sim. "Todo mundo sabe, mas ninguém se importa. Até passar por uma situação traumática."
Vício: De acordo com o psiquiatra Aderbal Vieira Jr., co-responsável pelo ambulatório de dependências não-químicas do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes), da Unifesp, um vício pode ser identificado por dois aspectos: o uso disfuncional de alguma coisa, que tanto pode ser uma droga como um jogo, e a incapacidade de se separar daquilo espontaneamente. "É diferente de quem faz muito alguma coisa, mas pára quando quer."
No fim dos anos 90, pesquisadores norte-americanos mostraram que a música também pode causar vício. A equipe, liderada por Mary Florentine, professora de audiologia na Northeastern University, aplicou a um grupo de 90 pessoas um questionário para saber como estas se relacionavam com música alta -as questões eram adaptadas de um exame para diagnosticar alcoolismo. A conclusão foi que cerca de 10% dos entrevistados tinham, em relação à música, o mesmo comportamento que os alcoólatras têm com o álcool.
O estudo não encontrou relação entre o resultado e a idade dos participantes ou o tipo de música que eles ouviam. Apesar de os adolescentes serem mais associados a barulho, os efeitos do sons no organismo são os mesmos em quase todas as faixas etárias. "Crianças pequenas, abaixo de cinco anos, são mais susceptíveis porque não têm a neuromaturação necessária. Depois dessa faixa etária, é tudo a mesma coisa", afirma Schochat.
Efeito emocional: Para Vieira Jr., a liberação de neurotransmissores é uma explicação insuficiente. "Quando falamos de uma sensação prazerosa com som, não sei se o que está por trás é o efeito físico auditivo ou o prazer estético de uma boa experiência. Acho que se trata menos de um fenómeno fisiológico e mais da mensagem que esse fenómeno passa", diz. Segundo o psiquiatra, "tudo que é prazeroso pode levar a um vício", e quando a pessoa sente que perdeu o controle sobre a situação, o ideal é procurar um terapeuta para o diagnóstico. Algumas pessoas também conseguem restabelecer os limites sozinhas.
O engenheiro mexicano Fernando Elizondo Garza, do laboratório de acústica da Universidad Autónoma de Nuevo Léon, dedica-se ao estudo das funções sociais do som e ressalta que a busca por barulho não é necessariamente um vício - pode ser, diz, até como uma forma de se "proteger" de outros ruídos. Ele cita, por exemplo, que, num local silencioso, sons eventuais como uma buzina podem atrapalhar a concentração. Por isso, há quem adquira o hábito de estudar ou dormir com música: ela gera um fundo acústico que minimiza o impacto dos barulhos do exterior.
O fotógrafo Fernando Contin Pilatos, 28, integra o grupo que só dorme assim. "Já fiz o teste. Não consigo dormir sem o rádio ou a TV ligados", conta.
"Estou certo de que pessoas com esse hábito moram em casas ou bairros onde há muito barulho. Como não podem controlar esses ruídos e têm quase certeza de que não haverá silêncio, preferem dormir com o barulho, mesmo que isso signifique um descanso menor." Além disso, afirma Garza, o som pode ser uma ferramenta de isolamento, como no uso do leitor de MP3, e de aproximação social, como numa festa. Em outros casos, o próprio som pode fazer "companhia".
Independentemente dos motivos que levam à busca por barulho, a exposição a sons altos gera danos. "As pessoas necessitam evitar a exposição ao ruído quando ela não é "obrigatória", como nos momentos de lazer", diz Schochat.Além disso, diz ela, é importante fazer exames anuais para avaliar a audição, da mesma forma como muitas já fazem com a visão.
Informação acedida em:
http://www.vocalis.com.br/saude_vocal/arq/060831_chega_de_barulho.html