"O barulho é a tortura do homem de pensamento" (Schopenhauer)

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Audição e ecolocalização

Os animais ouvem bem?
Respondemos instintivamente a esta questão: "Claro!" ou "muito melhor do que os seres humanos". Em alguns casos, isto é verdade. Com as suas orelhas longas, um feneco pode ouvir insetos que se move debaixo do solo. Uma capacidade prática para este animal, cuja visão é consideravelmente subdesenvolvida. Já os lobos são mestres na arte de localizar as suas presas seguindo o ruído que estas produzem.  Quem tem um cão sabe que este vai saltar com a chegada de uma pessoa familiar, muito antes de que ela toque a campainha. Alguns cães são mesmo capazes de reconhecer o som do motor do carro do seu dono.

Mas a capacidade de ouvir não é igual entre as diferentes espécies do reino animal. As aranhas e cobras passam a vida inteira num silêncio quase total. Percebem os sons de uma maneira diferente: o corpo da cobra capta as vibrações sonoras através do solo e a aranha sabe que algo acontece quando as vibrações atingem os pêlos das suas patas. Alguns mamíferos, como os morcegos e os golfinhos usam a ecolocalização para se orientar. Trata-se de uma capacidade para deteta a posição e/ou distância de objetos ou animais através da emissão de ondas ultrassónicas e análise do tempo gasto no regresso à fonte sobre a forma de eco.


Há pelo menos um homem que foi capaz de dominar esta técnica. O norte-americano Daniel Kish perdeu a visão na infância como resultado de um cancro. Ele aprendeu a orientar-se no espaço através da emissão de sons e interpretação do seu eco. E mesmo que já tenha perdido alguns dentes e esfolado joelhos, ele gosta de andar de bicicleta. Kish fundou uma organização chamada World Access for the Blind, que visa, entre outros, para ensinar um máximo de cegos a "ver" com os ouvidos.