"O barulho é a tortura do homem de pensamento" (Schopenhauer)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010



"A cegueira separa o homem das coisas.

A surdez separa o homem do homem."


Helen Keller

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

OLHOS vs OUVIDOS


Estruturalmente a anatomia do ouvido apresenta cerca de 35 mil células ciliares internas.
Podem ser poucas comparadas com os 100 milhões de células fotorreceptoras que nos permitem ver.

No entanto, escutar é um acto passivo, não podemos escolher ouvir ou não ouvir: os ouvidos estão sempre "abertos". Quanto aos olhos, podemos "encerrá-los", fechando as pálpebras.


Ainda assim, em dias de muito sol, usamos óculos escuros para protegermos os nossos olhos.

E em dias de exposição a muito som, como durante festivais, concertos, trabalhos ruidosos, não deveríamos também proteger os nossos ouvidos?

Imagem acedida em:
http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:4LmaxvwCLrGpzM:http://thesoundofbreathing.files.wordpress.com/2009/07/closed-eyes.jpg&t=1

sábado, 11 de dezembro de 2010

Napo e o ruído no trabalho

O Napo mostra-nos uma vez mais, de forma simples e explícita, os efeitos a longo prazo da falta de protecção auricular!



domingo, 5 de dezembro de 2010

Implicações no sistema vestibulo-coclear (não auditivas) devidas ao ruído


As consequências directas da exposição excessiva e/ou prolongada ao ruído sobre a capacidade auditiva são razoavelmente conhecidas. No entanto, esta exposição pode levar à manifestação de sequelas ao nível de outra função desempenhada por determinados componentes do órgão auditivo, nomeadamente, a função de equilíbrio.

O aparelho vestibulo-coclear apresenta dupla funcionalidade, sendo a cóclea responsável pela audição e o labirinto pela manutenção do equilíbrio.


Sabe-se que a exposição ao ruído, o uso de drogas e a exposição a substâncias químicas e/ou tóxicas são factores que podem causar perda parcial ou total das funções vestibulares e/ou cocleares.

Neste âmbito, Seligman desenvolveu um estudo, em 1993, no qual verificou que vários indivíduos, durante e após a exposição a níveis elevados de ruído, apresentavam distúrbios tipicamente vestibulares, nomeadamente, vertigens - acompanhadas, ou não, por náuseas - regurgitação (vómitos), suores frios, nistagmos, dilatação de pupilas, desmaios e, ainda, dificuldades no equilíbrio e na marcha.

Concluindo, as consequências decorrentes do ruído que se manifestam sobre o órgão auditivo não se confinam apenas ao nível da audição, podendo traduzir-se, de igual modo, no equilíbrio e na locomoção e, consequentemente, na funcionalidade quotidiana perante tarefas aparentemente simples, como por exemplo andar, sentar numa cadeira ou levantar da cama ao acordar.

Bibliografia:
Seligman, J. (1993). Efeitos não auditivos e aspectos psicosociais no indivíduo submetido a ruído intenso. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia., 59.9-257.





terça-feira, 9 de novembro de 2010

Para quem gosta de ouvir música ...

... e pretende continuar a ouvir com qualidade até pelo menos aos 100 anos...
... é melhor pensar duas vezes no volume do leitor de música!

Dêem uma olhadela neste filme.

Acedido em Make Love not Hearing Loss

domingo, 31 de outubro de 2010

Make love not hearing loss

Passeando por mundos cibernáuticos descobri um blogue irmão d'E tudo o ruído levou. Dêem uma olhadela: Make Love Not Hearing Loss

Fiquei sensibilizada com umas imagens vi e decidi partilhá-las. Porque usar tampões auditivos é preservar a saúde auditiva, e pode ser um acto de muita arte...! :)



















aqui como usá-los

domingo, 10 de outubro de 2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Festivais, ruído e CHECK-IN

Como frequentadora assídua de festivais, conheço o CHECK-IN há coisa de quatro anos. Os responsáveis pelo CHECK-IN autodefinem-se como um grupo de pessoas que procuram contribuir para uma melhor Gestão de Prazeres e Riscos associados ao consumo de substâncias psicoactivas e à sexualidade. O CHECK-IN intervém em contextos festivos de qualquer tipo, desde festas de música electrónica, festivais de verão, festas académicas etc.

Fiquei sinceramente e positivamente fascinada quando, no Boom 2010, ocorrido no passado mês de Agosto, me deparei com a divulgação de Informações relativas a um novo tema: o ruído! Desconhecia esta vertente de divulgação do CHECK-IN e fiquei motivada para a causa deste blogue, pois considero ser um dos pontos mais importantes a prevenir no seio de eventos festivos como o Boom. Em contrário, e considerando que apenas uma pequena parcela da população está consciencializada para os perigos de ouvir música em alto volume, teremos tendência a sofrer uma degradação gradual do órgão auditivo, e consequentemente, da capacidade de desfrutar o maravilhoso mundo da música, os concertos mais inquietantes e os festivais mais interessantes...


Passo a citar alguma da informação disponíibilizada pelo CHECK-IN:

OUVE BEM…
TÁS A OUVIR!?...
Para quem aprecia a música é muito importante preservar a audição em boas condições para continuar a curtir o som com a mesma qualidade.
Se ouvir música é acima de tudo um prazer, quando o fazemos repetidamente com volumes demasiado elevados passa a apresentar também alguns riscos.
Se frequentemente expões os teus ouvidos a um volume demasiado elevado, o teu sistema auditivo está sujeito a um desgaste demasiado prematuro. Os músicos, dj’s e os frequentadores assíduos de festas estão, por isso, mais propensos à perda de acuidade auditiva.

O risco de perda auditiva pode aumentar consoante:
O volume da música;
A proximidade das colunas;
O tempo de permanência no dancefloor;
Eventuais problemas auditivos anteriores.

Se tens alguns dos seguintes sintomas não hesites em consultar o médico!
Zumbido constante nos ouvidos;
Sensibilidade a ruídos altos;
Dificuldade em ouvir os outros quando existe barulho de fundo;
Sensação de que os outros comem as palavras ou falam demasiado rápido;
Tens sempre que lhes pedir para se repetirem;
Tens sempre que aumentar o volume da TV;
Ouves o telefone melhor com um ouvido que com o outro.
Para evitar chegar ao ponto de apresentar os sintomas acima descritos há que ter certos cuidados ao ouvir música e noutras situações.

Não te esqueças...
Os níveis de som nas discotecas podem chegar aos 120 dB e a margem de risco para os teus ouvidos é de 90dB. 120dB é já considerada margem de dor!
Fica pelo menos a 3 metros das colunas. Dançar junto das colunas aumenta os riscos! Faz pausas de 10 minutos a cada 45 minutos e de 30 minutos a cada 2 horas, em locais onde o som é mais baixo.
O algodão ou bocadinhos de tecido não protegem. Usa tampões! Assim, estás protegid@ mas não deixas de curtir o som.
O cansaço, a desidratação e o sobreaquecimento também aumentam os riscos. Assim já sabes mantém-te hidratado e faz pausas!
Se ouves música com head phones internos evita fazê-lo muito tempo seguido, faz pausas e não abuses do volume. Devido à proximidade com o ouvido, osphones internos causam grande pressão acústica pelo que os externos são preferíveis.
Se trabalhas com material sonoro ou com máquinas ruidosas usa protecção auricular. Além da música outras fontes de perigo excessivo podem ser as viaturas, maquinaria, televisão, jogos, etc.
Fiquem atentos e baixem o volume!

Para mais informações, consultar
http://check-in.apdes.net/quediz/img/checkinews_06.pdf


Força CHECK-IN, continuem o bom trabalho que têm desenvolvido! Os festivaleiros precisam de vocês :)


Imagem acedida em:
http://preditor.mio.co.za/assets/articles/images/resized/12109_resized_blackcoffee300.png

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Efeitos do ruído sobre a aprendizagem

Atenção pais e professores!

Estudos demonstram que as crianças expostas prolongadamente a níveis elevados de ruído evidenciam mais falhas em tarefas de leitura e um menor desenvolvimento das capacidades linguísticas.
As consequências podem revelar-se duradouras, por exemplo, se a criança for submetida a elevados níveis de ruído ao longo de todo o percurso escolar, de tal modo que tenderá a alcançar patamares inferiores quer ao nível do domínio da leitura quer no domínio da compreensão e expressão da linguagem, o que compromete a mestria na arte de bem falar.

Por outro lado, quanto maior a exposição ao ruído, maior o impacto negativo ao nível da própria motivação dos alunos, que poderão tender a perder o interesse nas actividades académicas.

Também a atenção pode sofrer impacto. É evidente que aquando da realização de uma tarefa para a qual é necessária concentração, se existirem ruídos concorrentes à direcção da atenção para o objecto da actividade, estes produzirão distracções que reduzem o rendimento na tarefas.

Estudos realizados em escolas expostas a uma quantidade significativa de tráfego aéreo e ferroviário revelam que o ruído é intrusivo ao ponto de distrair os alunos, potenciando o aparecimento de erros, bem como a diminuição da qualidade e quantidade de trabalho desenvolvido.


Numa perspectiva de potenciar o rendimento escolar do seu filho, é necessário primar por manter um ambiente tranquilo e silencioso, na medida do possível, quer em casa quer em contexto escolar.
Zele pelo seu filho, para que se torne num geniozinho.

Bibliografia acedida:
* Cohen, S.; Glass, D. C. & Singer, J. E. (1973). Apartment noise, auditory discrimination and reading ability in children. Journal of Experimental Social Psychology, 9, 407-422
* Kyzar, B. L. (1977). Noise pollution and the schools: How much is too much?. CEFP journal, 4, 10-11
* Kryter, K. (1985). The effects of noise on man. New York: Academic Press

Imagem acedida em:
* http://beezoblog.com/main/wp-content/uploads/2010/07/noise.jpg

domingo, 5 de setembro de 2010


''A qualidade da música é inversamente proporcional à intensidade do som"

Isaac Rocha


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O que é um decibel?


O bel (símbolo B) é uma unidade de medida da razão entre duas quantidades, sendo amplamente utilizado para uma grande variedade de medições em acústica, física e electrónica. Foi inventado por engenheiros do Bell Labs para quantificar a redução no nível acústico sobre um cabo de telefone padrão com uma milha de comprimento. Originalmente chamava-se unidade de transmissão ou TU, mas foi renomeado entre 1923 e 1924 em homenagem ao fundador do laboratório, Alexander Graham Bell.

O Decibel (dB) é a unidade de medida mais largamente utilizada para medir a intensidade do som. É uma unidade adimensional, semelhante à percentagem. A definição do dB é obtida com o uso do logaritmo.
Constitui uma escala logarítmica, em que se considera a unidade (1 dB) como o valor correspondente ao som mais baixo que o ouvido humano consegue detectar. 10 dB correspondem a um som 10 vezes mais intenso que 1 dB, 20 dB 100 vezes mais intenso, 30 dB 1000 vezes e assim sucessivamente.

Sabendo que o ouvido pode sofrer lesões a partir dos 85 dB, e que 120 dB corresponde ao limiar da dor, verificamos que qualquer habitante de uma cidade está diariamente exposto a agressões múltiplas com consequências que poderão ser irreversíveis.

Bibliografia:
http://ambiente.maiadigital.pt/ambiente/ruido/mais-informacao-1/sobre-a-poluicao-sonora/

Imagem acedida em:
http://www.phys.unsw.edu.au/jw/dB/noise-1dB.gif




sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Ruído nos Locais de Trabalho

Em todos os locais de trabalho há ruídos que podem atingir níveis de intensidade perigosos para a saúde e para a segurança dos trabalhadores. As fontes de ruído são diversas: máquinas, conversas, música, tráfego, vibrações... Qualquer que seja a fonte, os ruídos podem classificar-se em três tipos:
1. ruído uniforme, quando o nível de pressão acústica e os espectros de frequência são constantes durante um certo tempo relativamente longo, como por exemplo o ruído numa fábrica de fiação;
2. ruído intermitente, quando o nível de pressão acústica e o espectro das frequências variam constantemente, como por exemplo numa oficina de mecânica;
3. ruído impulsivo, quando o nível de pressão acústica é muito elevado mas dura pouco tempo (menos de 1/5 do segundo), como por exemplo um tiro. É o tipo mais perigoso pois pode originar traumas imediatos.

Para uma exposição permanente a ruídos - 40 horas por semana - num posto de trabalho, considera-se que 85 dB é o valor de alarme, a partir do qual se deve começar a pensar em diminuir o ruído e 90 dB é considerado o mínimo valor perigoso.
Portanto acima deste nível (90 dB) começa a ser apreciável o risco de surdez profissional, risco este tanto maior quanto mais elevado for o nível do ruído e /ou o tempo de exposição ou anos de trabalho.

Em ambientes de trabalho com estes riscos devem efectuar-se exames audiométricos periódicos aos trabalhadores. Devem de igual modo empreender-se acções para diminuição do ruído ou do tempo de exposição ou ainda melhorar a protecção dos trabalhadores.
A necessidade de verificar se os níveis são susceptíveis de provocar danos auditivos ou deterioração do ambiente de trabalho é inquestionável. A prevenção do ruído deve ser feita na fase de concepção de qualquer empresa/organismo para ser o mais racional possível e a mais económica.

artigo adaptado de Universidade Aberta, 2002, O ruído e o trabalho, acedido em http://www.univ-ab.pt/formacao/sehit/curso/ruido/uni2/medicao.html


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Como perceber se um som é traumático?

Um som/ruído perigoso ao ponto de provocar lesões nos nossos ouvidos nem sempre é percepcionado como tal.
Segundo o professor João Paço, especialista em Otorrinolaringologia, existem quatro indicadores fáceis e fiáveis:

1. Quando o som é apr
eciavelmente mais alto do que numa conversação normal.
2. Quando é difícil manter uma conversação durante a emissão do som.

3. Quando aparecem zumbidos nos ouvidos após a exposição ao som.

4. Quando se tem a sensação de que os ouvidos (e a cabeça) estão cheios.


Ruídos do dia-a-dia:

120 dB

O volume de som dos leitores de música oscila entre os 60 e os 120 dB. O nível máximo recomendado é de 80 dB para uma exposição que não deve exceder as 40 horas semanais

99 dB

O resultado de medições realizadas no âmbito de uma tese de mestrado em Engenharia do Ambiente, da autoria de Victor Hugo Valente, numa discoteca, foram de 99 dB de energia audível

90 dB

O nível de ruído de um avião em descolagem corresponde a 90 dB, segundo o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC)

77 dB

Uma medição de 15 minutos, iniciada cerca das 17 horas de um dia útil, ao trânsito da Segunda Circular de Lisboa, teve 77 dB como valor médio. O LNEC registou 74 dB como valor mínimo e 89 dB como valor máximo.

76 dB

Desde que entra na estação, até a deixar, o valor médio de ruído produzido por um comboio é de 76 dB. No sonómetro do LNEC, o ruído de travagem foi de 84 dB.



Adaptado de [SOS ruído] de Isabel Lopes
in REVISTAÚNICA
#1960 22 Maio 2010


domingo, 13 de junho de 2010

Ruído no mundial: o perigo da vuvuzela

A vuvuzela, uma espécie de corneta típica da África do Sul tornou-se popular na década de 90, tendo surgido entre grupos de adeptos de futebol. Mas só em 2001 a empresa local Masincedane Sport começou a produzir o instrumento em massa, numa versão de plástico.
A vuvuzela promete dar o tom de festa durante a Copa da Mundo na África do Sul, contudo, o barulho que produz tem sido alvo de muitas críticas, inclusivamente dos jogadores, que se sentem incomodados no campo.

Segunda-feira, 7 de Junho, a fundação Hear the World (organização formada pela empresa especializada em produtos de surdez suíça Phonak para criar consciencialização sobre a perda de audição) divulgou que a vuvuzela produz mais ruído do que uma motosserra.
A vuvuzela emite um som de 127 decibéis e de acordo com a Hear the World, a exposição continuada a 85 decibéis pode gerar perda de audição permanente, podendo concluir-se que a vuvuzela coloca as pessoas em risco de perda permanente da audição. Por isso, a organização Hear the World apela ao uso de protectores auriculares, para evitar riscos.

Foi proposto ao engenheiro Hamilton Tambelini, da empresa Ruído Menor, que fizesse a comparação com sons típicos de uma cidade grande. Resultado: a vuvuzela faz mais barulho que o trânsito da Marginal Tietê e até de um helicóptero em São Paulo. Tambelini afirmou que "a vuvuzela, se tocada muito próxima ao ouvido, pode provocar lesões auditivas permanentes (…) Se pensar que uma partida de futebol tem 90 minutos, fora a festa nos minutos que antecedem a partida, imagine o risco de lesão auditiva que o torcedor estará exposto". Deste modo, também Tambelini salienta a importância do uso de protector auricular durante os jogos, quer nos estádios, quer mesmo num café ou em casa.


A FIFA, no entanto, autorizou a utilização do instrumento de plá
stico durante o torneio, que começa na próxima sexta, após um teste em estádio para 95 mil pessoas em Johanesburgo em que se avaliou a possibilidade das cornetas interferirem nos anúncios de emergência. O presidente da FIFA, Sepp Blatter, veio a público defender a utilização da corneta dizendo que faz parte da cultura local.

Há que considerar que o clima de festa durante a Copa do Mundo da África do Sul pode amenizar a intolerância das pessoas pelo barulho provocado pelas cornetas. Portanto, é caso para dizer Mais vale prevenir do que remediar: proteja-se e avise as pessoas próximas de si. E lembre-se, no caso da PAIR, não há remédio que a cure…


Bibliografia:

Imagens acedidas em:

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Revisão das normas de segurança dos leitores de música na União Europeia

Mp3, iPods e outros leitores de música pessoais vão passar a ter o volume limitado para evitar perdas de audição aos seus utilizadores.

Em causa está um mercado de 50 a 100 milhões de europeus que usam diariamente estes aparelhos, dos quais 10 milhões correm o risco de ter problemas auditivos, segundo as estimativas da União Europeia (UE).
Os equipamentos vendidos na UE passarão a ter obrigatoriedade de conter um dispositivo de regulação automática do volume, pretendendo impedir que sejam atingidos níveis sonoros susc
eptíveis de provocarem lesões auditivas.

Segundo um comité científico da UE, a utilização segura destes aparelhos depende não só dos níveis sonoros, como também do tempo de exposição a estes.
Na maioria dos leitores de música pessoais, o volume oscila entre os 60 e os 120 dB.

80 dB é o nível máximo recomendado para uma exposição máxima de 40 horas semanais.

Este processo de revisão de normas da segurança dos leitores de música mais seguros foi iniciado em Setembro de 2009 e poderá durar 24 meses, dado que envolve cientistas, representantes da indústria e dos consumidores, entre outros.

Actualmente, os fabricantes apenas têm obrigação de incluir um aviso de eventual perigo no manual de instruções...

Adaptado de [SOS ruído] de Isabel Lopes
in REVISTAÚNICA
#1960 22 Maio 2010

domingo, 6 de junho de 2010

O impacto do ruído sobre o sono


O ruído pode influenciar negativamente o sono sob três formas diferentes, sendo que a intensidade do impacto de cada uma destas varia segundo particularidades individuais.
Assim, a partir dos 30 dB(A), poderá ocorrer:

1 – Diminuição da qualidade do sono. O ruído constante ou intermitente, com uma intensidade entre os 30 e os 45 dB, provoca um sono menos tranquilo, sendo frequente acordar durante fases mais profundas do sono.
2 - Interrupções do sono. A partir dos 45 dB, a probabilidade de despertar é grande, sendo frequente ocorrerem interrupções no sono. Por tempo prolongado, pode levar à ocorrência de insónias.
3 – Dificuldade ou impossibilidade de dormir.

A médio ou longo prazo, o organismo acaba por se habituar ao ruído, podendo responder por dois mecanismos diferentes.
O primeiro consiste na diminuição da acuidade auditiva, isto é, uma redução da sensibilidade para discrimar sons. Pode levar a surdez temporária ou permanente.
O segundo mecanismo está relacionado com a habituação cerebral. Esta assenta no princípio de que o ruído está presente e é assimilado pelo nosso organismo, no entanto, não nos damos conta da sua presença, isto é, não o percepcionamos. Deste modo, durante o sono, os sinais sonoros (traduzidos em estímulos eléctricos) chegam ao nosso sistema nervoso sem que nos despertem, desencadeando, no entanto, consequências fisiológicas, tais como o aumento da frequência cardíaca, do fluxo sanguíneo ou da actividade eléctrica cerebral. É a chamada síndroma de adaptação, e traduz-se numa diminuição da qualidade do sono.

Bibliografia:

  • Pimentel-Souza, F. (1992). O que a Poluição Sonora causa no Sono e na Saúde em geral? Anais do IIo. Simpósio Situação Ambiental e Qualidade de Vida na Região Metropolitana de Belo Horizonte e Minas Gerais. Associação Brasileira de Engenharia Geológica, p. 27-29;
  • Pimentel-Souza, F. (1993). Efeitos da Poluição sonora urbana sobre o sono e a saúde. Capítulo da Apostila do Curso sobre "Poluição Sonora". Universidade Livre do Meio Ambiente, Secretaria Municipal do Meio Ambiente-Curitiba, p36-40;
  • http://www.amde.pt/pagegen.asp?SYS_PAGE_ID=452227, acedido em 6 de Junho de 2010
  • imagem acedida em http://www.withamymac.com/news/wp-content/uploads/2009/08/good-nights-sleep_58101.jpg.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Napo, PAIR e Comunicação

Napo alerta-nos uma vez mais para os riscos da exposição prolongada a ruído, salientando o seu impacto sobre capacidades de comunicação e vivências sociais.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Napo e o ruído no ambiente de trabalho

Dá Deus ouvidos a quem é indiferente!

Perda Auditiva Induzida por Ruído


A exposição por tempo prolongado a ruído, isto é, a níveis de pressão sonora elevados, pode levar ao aparecimento de PAIR.
A PAIR trata-se de
uma alteração permanente dos limiares auditivos, e distingue-se das alterações auditivas temporárias e do traumatismo auditivo. Configura-se como uma perda auditiva do tipo neurossensorial, pelo facto de a alteração ocorrer ao nível da ouvido interno, por hav
er afecção do órgão de Corti e por refletir a morte lenta e gradual das células ciliares do órgão auditivo. Efectivamente, a maior característica da PAIR é a degeneração das células ciliadas do órgão de Corti, tendo sido, recentemente, demonstrado a ocorrência de lesões e de apoptose celular em decorrência da oxidação provocada pela presença de radicais livres formados pelo excesso de estimulação sonora.

É geralmente bilateral, pois é comum que ambos os ouvidos sejam igualmente expostos ao excesso de ruído. É de carácter progressivo e irreversível, o que quer dizer que agrava com o aumento do tempo de exposição ao ruído. Após a instalação da PAIR, a pessoa lesada não apresenta melhoria após o afastamento temporário e não existe tratamento eficaz, o que enfatiza a importância da prevenção.

A instalação da perda auditiva é lenta e progressiva, passando despercebida por muito tempo, o que faz com que o indivíduo só se dê conta do problema quando as lesões já estão avançadas. As dificuldades na percepção de sons e o zumbido são dos sintomas mais comummente relatados por portadores de PAIR. Pode, ainda, manifestar-se por alteração da selectividade de frequência, que provoca dificuldades em termos de discriminação auditiva.


Bibliografia:
  • Bamford, J.; Saunders, E. (1991). Hearing impairment, auditory, perception and language disability. 2nd ed. San Diego: California: Singular Publishing Group.
  • Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado do Rio de Janeiro e Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana / Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca / Fundação Oswaldo Cruz (2010). Fonoaudiologia na saúde do trabalhador. n1;
  • Ministério da Saúde (2006). Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair). Brasília: Editora MS;
  • Organização Mundial de Saúde (1993). Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento do CID-10. Descrições clínicas e directrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas.
  • Samelli, A. G. (2004). Zumbido: avaliação, diagnóstico e reabilitação: abordagens atuais. São Paulo: Lovise
  • imagem acedida em http://www.warrington.gov.uk/images/noise2_tcm15-23652.gif